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Se você se preocupa em saber quais histórias são verdadeiras e quais são ficção, lembre-se de que a história muda conforme aquele que a conta, pois todas elas sempre carregam algo de verdadeiro e muito da fantasia do escritor. Afinal, neste mundo das redes sociais, mesmo quando pretendemos estar contando a verdade sobre nós, redigimos uma ficção.

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Lições de uma intolerante

 

https://www.youtube.com/@DoctorOz

Esta foto aí acima é uma homenagem ao Dr. Oz, cujo programa de medicina para leigos, disponível na tv à cabo nos anos 2010, foi decisivo para que eu descobrisse que nome dar a uma série de sintomas que me afligiam naquela época. Coisa que os inúmeros gastroenterologistas que me atenderam foram incapazes de fazer. Destas consultas restou uma lembrança meio amarga, de ser tratada sem o respeito devido a quem sofre sozinha e desconhece a causa e a cura.

Eu não vou aqui te atormentar com os diversos sintomas da intolerância alimentar e com relatos da minha experiência pessoal. Tudo isto você vai encontrar na internet em uma riqueza impressionante de formatos. Algum há de te servir. Vim aqui compartilhar com você alguns dos meus aprendizados.

Se você é mulher, nunca se deixe convencer facilmente pelos médicos de que seus sintomas são unicamente de origem psicológica. Nós teríamos de passar pela discussão da origem latina da palavra histeria (histerus = útero) para entender o porquê deste tipo de diagnóstico ser tão mais frequente para pacientes mulheres do que para homens que apresentam os mesmos sintomas. Persista na luta pelo diagnóstico correto.

Amigos e familiares frequentemente são um empecilho, mesmo que involuntário, para o intolerante que insiste em se alimentar apenas daquilo que não lhe faz mal. Afinal de contas, é difícil dividir a conta de um bar com os amigos quando a maior parte dos petiscos do cardápio te faz mal. A ida ao restaurante pode ser um transtorno para alguns, pois quase todo prato parece levar leite, creme de leite, leite condensado, queijo, iogurte. Os pratos preparados especialmente para você sempre chegam tarde, ou frios, ou são um estorvo a mais para o cozinheiro no caso das reuniões em família. O intolerante tímido acaba levando a sua própria marmitinha, ou, resignado, come o que for servido a todos, mesmo sabendo dos 3 a 4 dias de diarréia que virão. Afinal de contas, intolerância não mata ninguém, não é mesmo?

Você é o maior responsável pela manutenção da sua saúde. Se o médico não te entende, procure outro. Não se submeta humildemente às consultas de 15 minutos de médicos conveniados. Insista em receber informações claras e completas, mesmo quando o médico começar a sinalizar que os seus 15 minutos acabaram e é hora de passar ao próximo infeliz.

Esqueça dos estereótipos. Os melhores médicos não são necessariamente os homens, ou aqueles que estão na casa dos 50 anos. Procure os médicos que tem o hábito de se atualizar, frequentar congressos, ler papers e principalmente aqueles que te escutam paciente e atentamente. No meu caso, a primeira médica que me diagnosticou corretamente era uma mulher jovem, médica de artistas globais, de salto alto e legging de renda por baixo do avental. Quando eu entrei no consultório, levei um susto e pensei seriamente em desistir da consulta. Ainda bem que não fiz isso, pois a mulher era o bicho! Me explicou com riqueza de detalhes tudo o que se passa no seu organismo quando o intolerante come aquilo que lhe faz mal. Pediu os devidos exames e discutiu comigo tudo o que eu poderia comer, me fornecendo cardápios alternativos para cada refeição.

Respeite os seus limites. Você não está só. É apenas mais um neste mundo de diversidade.

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Tags: diagnosticointolerancia alimentardr. oz

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