Reflexões ao Pôr-de-sol em Porto
Como é bom ter amigos e amigos que tem amigos! E quando eles moram em cidades turísticas lindas…tem coisa melhor? Nestes dois últimos dias visitamos junto com nossos amigos brasileiros os locais prediletos deles em Porto e conversamos com eles sobre as experiências que eles tem vivido aqui desde que adotaram o Porto como o local para viver.
A cidade é linda. Embora até uns poucos anos atrás o centro e a área da Ribeira ainda fosse um lugar que à noite era ocupado por mendigos e considerado perigoso para frequentar, hoje em dia eles sofreram profunda reforma e se tornaram muito turísticos. As reformas foram feitas respeitando o estilo e os materiais. Também não há outdoor, cartazes ou janelas de alumínio. As ruas são limpas, o povo educado e simpático, e a comida maravilhosa. Pena que a vida por aqui está tão cara.
No entorno do centro histórico, o Porto é uma cidade moderna, cheia de viadutos e vias expressas. Mas o metrô rapidamente te leva para para os bairros mais distantes ao longo da costa e para áreas rurais. Durante o verão a vida nestas áreas é animada, cheia de turistas, shows de música e bares elegantes, mas em meados de setembro a animação termina, os dias encurtam e o frio começa a se aproximar. Com o frio vem a Nortada, um vento gelado que vem do norte e castiga o povo daqui. E, finalmente, quando inverno chega, é hora de ir visitar a família no Brasil.
A principal causa da migração de brasileiros de classe média para Portugal parece ser a fuga da violência, das balas perdidas, dos assaltos e sequestros relâmpago. Muitos tem experiências tristes no Brasil para contar e aqui finalmente se sentem em segurança. Já os próprios portugueses migram para os países vizinhos em busca de melhores salários.
Tudo isto está super de acordo com um mundo atual onde as opções de vida e de trabalho são dominantemente fluidas, cada um em busca das melhores opções possíveis para a sua capacitação e condições financeiras. Um mundo onde o número de imigrantes internacionais já ultrapassaram os 280 milhões, uma população consideravelmente maior do que a do Brasil.