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Se você se preocupa em saber quais histórias são verdadeiras e quais são ficção, lembre-se de que a história muda conforme aquele que a conta, pois todas elas sempre carregam algo de verdadeiro e muito da fantasia do escritor. Afinal, neste mundo das redes sociais, mesmo quando pretendemos estar contando a verdade sobre nós, redigimos uma ficção.

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Reduzindo gastos


A palavra da moda agora é skimpflation. Já tem tradução para o português? Não sei. Mas, nas práticas comerciais, quer dizer que o estabelecimento vai economizar em tudo o que é possível para manter o preço dos seus produtos para o consumidor. Isto, obviamente, vem acompanhado de queda da qualidade dos produtos e serviços ao consumidor, mas este nem sempre se dá conta. É o exemplo das estações de pagamento sem o serviço de um caixa, onde você faz tudo sozinho e no final ainda se sente feliz porque a loja teve confiança na sua honestidade. O problema é que nem todo consumidor está apto a utilizar este sistema, especialmente as pessoas mais velhas e com menos experiência com o uso de computadores. Além disto, o número de postos de serviço diminui, gerando desemprego. 

Outros exemplos de práticas adotadas pelo comércio no emprego do skimpflation, é a troca de ingredientes por outros mais baratos, o uso de ingredientes com agrotóxicos em detrimento dos produtos orgânico, e o emprego de mão de obra barata e menos qualificada para realizar os serviços oferecidos. Tudo isso a gente tem visto em abundância desde a COVID. Mas não há nada de novidade nisto, não é mesmo? Eu tenho adotado as mesmas táticas desde que me aposentei e tive de conter o aumento de gastos devido à inflação para que eles caibam no valor da minha aposentadoria. Este é um processo pelo qual muita gente tem passado.

 

Não há nada como uma redução de orçamento para tornar você ainda mais ciente dos seus gastos. A consequência disto é que a gente acaba frequentemente se sentindo roubado devido à falta de transparência na determinação dos preços que paga. Enfrentei isso à cada etapa da reforma de minha casa. Enfrento quando vou comprar roupas, quando vou ao supermercado, e principalmente quando vou ao veterinário.

 

Se eu te contar o número de vezes que os veterinários me pediram uma ultrassonografia da minha cachorra este ano...Um dia era porque ela estava com gases, no outro, porque o cocô estava fininho, e teve também dia que ela estava com infecção urinária, o que ela estava mancando, e assim segue. Difícil não se sentir otária, não é? Este é um típico exemplo de falta de transparência nos preços. Precisa realmente fazer um ultrassom cada vez que minha cachorra solta um pum? Lendo a BBC, me dei conta de que esta falta de confiança nos procedimentos e preços dos veterinários não é um problema apenas meu, ou no Brasil. Na Inglaterra, a relação entre os veterinários e seus clientes está tão estressada por conta dos preços dos serviços que isto tem se refletido no aumento de casos de depressão ligada à profissão de veterinário, e até mesmo em casos de suicídio.

 

Bom, chega de papo. É hora de eu voltar a limpar a casa, pois demiti a faxineira. Ah, deixa eu te contar uma boa notícia: o excesso de gases da minha cachorra eu curei sozinha, dando  comidinha caseira, ao invés de dar os vários remédios prescritos pela veterinária.

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Tags: aposentadoriaskimpflationveterináriotransparência de preçoscontenção de gastos

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