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Se você se preocupa em saber quais histórias são verdadeiras e quais são ficção, lembre-se de que a história muda conforme aquele que a conta, pois todas elas sempre carregam algo de verdadeiro e muito da fantasia do escritor. Afinal, neste mundo das redes sociais, mesmo quando pretendemos estar contando a verdade sobre nós, redigimos uma ficção.

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Quando o amor não vem de graça


Todos queremos ser amados. Amor romântico, amor erótico, amor fraterno, cada um de nós vai escolher o tipo de amor que mais lhe convém em uma determinada etapa da vida. Mas como nem todos nós temos sorte, capacidade emocional, ou a convivência social necessária para descobrir um parceiro e se fazer amar, a conquista do amor pode se tornar uma missão impossível. Nestes casos extremos, cada vez mais comuns, o uso do dinheiro acaba sendo uma ferramenta de que se lança mão para conquistar o amor. E isto estará tão errado assim?

 Ao longo da história, o uso de bens financeiros como garantia para atrair um bom parceiro sempre foi utilizado. Mas com o surgimento da ideologia do amor romântico, essa estratégia se tornou demonizada. O amor só valia à pena quando conquistado pelos atributos pessoais da pessoa amada. Todas as últimas gerações cresceram com este ideal. Mas nem tudo o que é ideal, é viável. Com a vida atribulada nas grandes cidades, o enfraquecimento dos laços familiares, a extrema dedicação do tempo pessoal ao trabalho na luta pelo enriquecimento, e as relações sociais cada vez mais restritas às redes sociais, a parcela de pessoas solitárias cresce devagar e sempre. Bem, nem tão devagar assim...

 

O golpe aplicado por homens nigerianos em mulheres europeias de meia-idade, solitárias e carentes se tornou mundialmente conhecido. Nele, os golpistas contactam suas vítimas pelas redes sociais e em pouco tempo começam a extorquir dinheiro pelas mais diversas razões inventadas. E as vítimas, mulheres de boa situação financeira e formação cultural, caem de boa fé neste golpe, sem muitas vezes nunca ter falado por vídeo com o pretenso namorado, ou tê-lo encontrado em carne e osso. A pergunta que não quer calar é “Como é que elas acreditaram nessa história?”.

 

A divulgação destas histórias na mídia nos faz acreditar que esse tipo de golpista é de outros países e que neste golpe só caem mulheres donas-de-casa demasiado ingênuas. Mas o Brasil, segundo o escudo antivírus Mc Afee é um dos três países de onde mais partem esse tipo de golpes, juntamente com Alemanha e Reino Unido. E as vítimas no geral são mulheres entre 40 e 70 anos, com boas profissões e independentes financeiramente. Portanto nada ingênuas.

 

Também há homens que caem vítima deste golpe. O caso do atleta italiano Roberto Cazzaniga que passou 15 anos pensando que namorava a Alessandra Ambrósio e chegou a gastar 4 milhões de reais em supostas cirurgias cardíacas da sua namorada deixou muita gente de boca aberta. Como alguém pode namorar uma mulher por 15 anos sem nunca a ter visto, nem ao menos em vídeo?

 

No Brasil há várias versões soft deste golpe. Homens que frequentam cursos de dança de salão em busca de mulheres de meia-idade carentes e com bom poder aquisitivo, motoristas de taxi que “adotam” pessoas mais velhas como se fossem seus pais, namorados que estão sempre perigosamente endividados e que usam o dinheiro ganho de uma vítima para se fingir de empresários de sucesso e assim conquistar a próxima vítima, enfermeiras de idosos que seduzem seus clientes e fim de vida e garantem herança e pensão para o resto de suas vidas etc. 

 

O golpe é antigo e bem conhecido e há quem se diga enganada por ele. Porém há pessoas que entram nestas situações com os olhos bem abertos e garantam que tiveram alguns dos melhores momentos de suas vidas com esses companheiros ditos golpistas. Liliane Bettencourt, a mulher mais rica do mundo, se tornou famosa na mídia por ter gastado 1 bilhão de euros com seu amigo fotógrafo gay chamado Benier, como forma de agradecimento por ele ter trazido alegria para a sua vida insossa. A única coisa em que todos concordamos é que viver solitário é uma coisa bem difícil, ainda mais depois que se é idoso e depende dos outros para uma série de coisas. Afinal, as tão amadas redes sociais virtuais têm capacidade limitada de nos fazer felizes!

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Tags: golpistaredes sociaisamor virtual

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