Os maus odores e a ultradireita
Você sabia que pessoas que ficam facilmente enojadas com odores corporais tem tendências a apoiar líderes de direita? Não, não é fake news! Este é o resultado de uma pesquisa publicada pelo sueco Jonas Olofsson na revista científica Royal Society Open Science (para ler a publicação cientifica, clique aqui). O autor relaciona esta aversão a uma tentativa natural destes indivíduos de reduzir o seu contato com grupos diferentes dos seus e com isto diminuir as chances de ter contato com patógenos causadores de doenças.
Tudo isto é muito interessante, mas me parece que a os fatos recentes no Brasil não apoiam esta conclusão. Na época da pandemia. vimos na mídia declarações do Bolsonaro e de seus apoiadores contra o uso de máscaras e de vacinas contra a disseminação da Covid-19. Portanto esta associação entre seguidores de líderes totalitários e o receio de contaminação por patógenos parece não existir no Brasil. Será que isto é mais uma daquelas coisas que só ocorrem no Brasil, e que o povo apelida de “jabuticabas”? Bem, Trump e seus seguidores nos Estados Unidos também mostraram este tipo de comportamento... De qualquer forma, seria interessante se alguém pudesse avisar o Dr. Olofsson.
Outra história curiosa sobre odores corporais é o uso de Lysol nas duchas higiênicas para mulheres recomendado pelos médicos na década de 1950. Os anúncios publicados nas revistas femininas da época sugerem que frequentemente os casamentos esfriavam devido à falta de higiene das esposas e que, para evitar serem traídas ou abandonadas e manter o seu casamento feliz elas deveriam se lavar com uma solução de Lysol. Embora os médicos nesta época tivessem consciência de que o Lysol poderia induzir o aborto devido à presença de cresol em sua composição, nada foi feito contra este tipo de publicidade. Aliás, foi justamente o uso deste produto em duchas pós-coito como abortivo que levou milhares de mulheres à morte.