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Se você se preocupa em saber quais histórias são verdadeiras e quais são ficção, lembre-se de que a história muda conforme aquele que a conta, pois todas elas sempre carregam algo de verdadeiro e muito da fantasia do escritor. Afinal, neste mundo das redes sociais, mesmo quando pretendemos estar contando a verdade sobre nós, redigimos uma ficção.

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O cubo de gelo voador

Uma mulher e seu filho caminham por uma estrada de terra sob um céu estrelado. Flutuando no ar acima da copa de uma árvore, eles avistam um imenso cubo de gelo.

 

Ontem encontrei o porteiro do prédio onde mora minha mãe à hora que me sentei no jardim em frente ao prédio, enquanto esperava o meu taxi chegar. Seu Antônio é um homem muito tímido e desconfiado, que demorou a nos dar confiança. Mas de uns tempos pra cá ele tem se mostrado um grande contador de histórias. “Tudo bem com o senhor, seu Antônio? Minha mãe ontem comentou comigo que o senhor já viu OVNI! Como é que foi essa história?”, perguntei logo que o vi. Ele não se fez de rogado e logo começou a me contar suas memórias de infância, enquanto se instalava sorridente na cadeira ao meu lado.  “Eu tinha 10 anos quando vi uma espaçonave pela primeira vez. Lá no interior onde a gente morava se via muita coisa diferente no céu.  Apareciam mais frequentemente umas bolas bem redondas, uns charutos e um discos. Mas, a primeira espaçonave que eu vi parecia um cubo de gelo. Como a gente era muito pobre e não tinha televisão, eu nunca tinha visto nem helicóptero. Porém esses objetos que surgiam no céu se moviam rápido demais e deixavam todas as gentes do lugar impressionadas. Eles eram muito diferentes de tudo o que eu vim a conhecer mais tarde”.

 “Extraterrestre eu nunca vi, mas nosso vizinho nos contou uma história que se passou com ele.  Um dia ele acordou muito cedo, o sol ainda nem tinha nascido. Quando ele abriu a janela, viu uma luz muito forte que vinha lá da sanga. Curioso, ele saiu de casa para verificar o que estava acontecendo. Quando chegou mais perto, viu que a luz vinha de uma espaçonave, que estava pousando devagarinho junto d’água, sem fazer nenhum barulho. Do mato não vinha nenhum pio. Parecia que o tempo tinha parado e que nenhum animal tinha coragem de se mexer. Quando ela acabou de pousar, uma porta se abriu, e, de dentro do OVNI, saiu um ET, que foi caminhar junto à água. Meu vizinho, quando viu isso, ficou com tanto medo que saiu correndo de volta para casa”.

 “Já a história que se passou comigo foi bem diferente. Uma noite eu vinha caminhando com minha mãe por uma estrada de terra que atravessava o campo. A gente tinha descido do ônibus lá no asfalto e voltava para casa. Era uma noite estrelada muito linda e o ar estava meio frio. Eu ainda me lembro do calor da mão de minha mãe, que me segurava tranquila, enquanto admirava as estrelas. Logo depois de uma curva da estrada, quando já estávamos quase chegando em casa, nós vimos um objeto estranho flutuando no ar acima da copa das árvores, a uns 20 m de distância da gente. Esse objeto parecia um cubo de gelo alongado, mais ou menos do tamanho de uma kombi. Não dava para ver nada do lado de dentro. Ele apenas pairava no ar e, de vez em quando, emitia uma luz muito forte, que quase cegava a gente. Minha mãe ficou curiosa e começou a me puxar na direção do OVNI.  “Vamos chegar lá pertinho”, mas como eu estava morrendo de medo e chorando, ela acabou desistindo e voltamos para casa”.

 “Depois disso, nenhum de vocês dois sentiu nada?”, perguntei curiosa enquanto vigiava o movimento de carros em frente ao prédio. “Não, senhora. Mas acho que eles plantaram uma raiz na minha cabeça. Eu hoje faço umas artes, que eu vendo para complementar a renda aqui em casa. Faço uns carrinhos de garrafa plástica e uns bonecos de madeira. A senhora quer ver?”. “Não, obrigada, seu Antônio, pois meu taxi acaba de chegar. Fica para outro dia!”.

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Tags: ovnietavistamentocontato imediato de terceiro grau

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