Josefina, me conta teu segredo!
Quando Napoleão conheceu Josefina ela já tinha 32 anos, era viúva, mãe de dois filhos e tinha os dentes tão estragados que não deixou nenhum quadro ou estátua sorridente para a posteridade. Apesar de somente rir de boca fechada, essa mulher deixou Napoleão tão enlouquecido quando a conheceu que ele enviava cartas a sua amada às 7h da manhã, dizendo que o retrato dela e as lembranças de uma noite inebriante tinham atormentado ele a noite todaUm ano depois, já casados, ele a enche de presentes. Entre os mimos está uma propriedade de 60 ha em Rueil-Malmaison, que ela logo se encarregou de transformar em um domínio de 726 ha através da compra dos terrenos vizinhos. Nesse terreno foram construídos um estábulo para abrigar as vacas que ela mandou vir da Suíça, uma queijaria, e uma estufa de vidro de 5m de altura por 50m de comprimento aquecida à carvão, para sua coleção de plantas tropicais. Até mesmo um lago artifcial navegável foi projetado para embelezar o acesso à estufa.
Após 14 anos de um casamento feliz sem filhos, eles foram obrigados a se separar. Napoleão se divorciou como um cavalheiro: o domínio de 726 ha e o Chateau de Malmaison ficaram para Josefina, assim como o título de Imperatriz. Além disso não cessaram a correspondência entre os dois e as declarações de afeto. Napoleão acompanhava a vida de sua ex-amada em seus mínimos detalhes através de notícias dadas por amigos em comum e se divertia em provocá-la: "Dizem por aí que tu engordas como uma boa fazendeira normanda". A coitada não deve ter achado graça de ouvir tal comentário aos 50 anos, mas não teve muito tempo para remoer suas mágoas, pois um ano depois ela morria subitamente, pouco tempo após a queda de Napoleão.
Do seu domínio restaram apenas 6 ha em torno do Chateau de Malmaison. O restante foi pulverizado em uma infinidade de pequenos terrenos e uma floresta de 200 ha, que hoje se chama Bosque de Saint-Cucufa e se situa nos limites de Rueil-Malmaison.
Pois foi sentada em um banco à beira do lago articial desse bosque que eu passei a tarde de domingo, estudando e vendo um bando de septuagenários brincar com seus barquinhos à motor.
Ah, a estufa, os estábulos e a queijaria não existem mais. Restam apenas uma imagens meio apagadas de umas ruínas registradas em cartões postais dos idos de 1900.
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