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Se você se preocupa em saber quais histórias são verdadeiras e quais são ficção, lembre-se de que a história muda conforme aquele que a conta, pois todas elas sempre carregam algo de verdadeiro e muito da fantasia do escritor. Afinal, neste mundo das redes sociais, mesmo quando pretendemos estar contando a verdade sobre nós, redigimos uma ficção.

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Fête de la Musique

Ontem, dia 21 de junho, o dia mais longo do ano, começou o verão aqui no hemisfério norte. O francês festeja essa boa nova em grande estilo, com a "Fête de la Musique". Por todo lado são montados palcos e a música rola solta, mas a festa mais famosa acontece em Paris, como não poderia deixar de ser. Lá, reza a lenda, é uma loucura.
Porém, como o primeiro dia de verão trouxe um calor abrasador que me invadiu as veias de uma preguiça malemolente, eu acabei desistindo de ir a Paris com meus novos amigos. Resolvi curtir a festa de Rueil.
Foram 17 shows, desde as 9h da manha, até as 23h. O evento foi encerrado com um concerto de música clássica no Chateau de Malmaison, o palacete onde morava Josephine, a esposa de Napoleao Bonaparte. O concerto foi apresentado pelos estudantes de música do respeitado conservatório local, que atrai estudantes de toda a França.
O concerto foi nos jardins do palacete e contou com a presença ilustre do prefeito local e de sua honorável mamã, além de representantes da tradicional sociedade ruellois. Foi um evento! E convencido da sua importância, o estudante de maestro não se fez de rogado, portou-se como um Von Karajan. A cada salva de palmas ele descia do tablado para voltar vários minutos depois, deixou a orquestra em suspenso enquanto um avião acabava de cruzar o céu para que o barulho das turbinas não rivalizasse com a música e, ao final, fez com que o público entendesse que deveria também bater palmas para os músicos, como se todas as palmas até então tivessem se destinado unicamente a ele! O público, com uma ironia fina da qual só o francês é capaz, batia palmas ruidosamente cada vez que um empregado subia ao palco para carregar o cavalete do maestro de um lado para o outro. O aprendiz de von Karajan não dava sinal de entender o gracejo e prosseguia inebriado em seu dia de glória, coroado por um pôr-de-sol estonteante às 10 da noite. O concerto foi muito bom, além de inesperadamente divertido.
À hora de dormir fui surpreendida por um espetáculo de fogos sobre Paris, anunciando a todos os preguiçosos que rolava por festa lá devia estar fantástica. E eu, que não tenho nem a desculpa de que deixei para conferir no ano que vem, fiquei a contar carneirinhos.
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Tags: festa da musica paris

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