Dicas de leitura para sobreviver a um verão infernal
E o verão finalmente chegou a Porto Alegre. Nestes últimos dias tem feito o calor infernal a que eu estava acostumada nos tempos em que morava no Rio. Para dizer a verdade, eu não sentia a menor saudades deste calor. Felizmente ele chegou quase na hora de ir-se embora, pois a Páscoa, que será festejada no final deste mês, marca o início dos dias frescos por aqui.
Para enfrentar estes últimos dias de calor eu me armei de uma velha estratégia: fui à livraria e comprei uma série de livros que estavam na minha listinha de recomendados com a intenção de lê-los com o ar-condicionado ligado na potência máxima. Entre eles está ‘A Erva do Diabo’, de Carlos Castañeda. Comprei este livro na tentativa de experimentar novamente o mesmo prazer de quando o li pela primeira vez há quase quarenta anos atrás. Isto, tenho de confessar, vai totalmente contra os meus princípios. Eu não costumar repetir leituras ou filmes que tenham me agradado, pois sei que inevitavelmente a segunda vez não será tão boa quanto a primeira. Mas quarenta anos é muito tempo! Quem sabe neste caso específico o prazer da leitura seja que nem a varicela, que pode com força total após tanto tempo.
Outro livro que me tinham recomendado é o ‘Roube que nem um Artista’, de Austin Klein. Livrinho enxuto e muito gráfico. Dá para ler em apenas uma hora (ou menos!). No livro o autor nos dá dez dicas para aumentar a criatividade de forma muito direta, sem rodeios. Amei a segunda dica: ‘Não espere até saber quem é para poder começar. Você está pronto. Comece a fazer’. Isto me deu uma paz! Se você estava pensando em me mandar uma mensagem me aconselhando a estudar e praticar um pouco mais a escrita antes de expor o meu trabalho, esqueça. Se há uma coisa que a gente perde com a idade é a vergonha de se expor. E agora, então, que descobri que Glenn O’Brien defendia que “Você começa como um impostor e torna-se real” ... bem, agora só falta descobrir quem foi Glenn O’Brien.
Outro livro recomendado foi ‘Storytelling’, de Carmine Gallo. Este, no entanto, parece livro de auto-ajuda para marketólogos. Meio no estilo de ‘como convencer seus empregados e acionistas de que você não é um mero homem de negócios, mas sim alguém de princípios morais elevados, e com isto atingir o sucesso’. Por outro lado, ele tem uma série de histórias reais sobre a capacidade que algumas pessoas conhecidas têm de contar um evento de suas vidas e com isto acender uma chama interior no seu público. Entre estas pessoas, descobri Tonny Robbins, de quem, confesso, nunca havia ouvido falar. A palestra dele no TED talks é uma das que possui maior audiência e vale à pena assistir. Nem que seja apenas para ver Al Gore, sentado entre os demais da platéia, atribuir a culpa da sua derrota nas eleições presidenciais de 2000 à Suprema Corte, provocando o delírio do público, e, no instante seguinte, ser contestado pelo palestrante.
Rezando para que meus livros não terminem antes da onda de calor passar, desejo a você um bom fim de semana de fim de verão!
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